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22/07/2023
Quase lá, no final da análise das cartas do Baralho Cigano. Estamos em um trecho onde a energia é branda e nossos movimentos são ponderados e refletidos com cuidado e sabedoria. Passamos por muitas coisas, instabilidades, aprendizados e reflexões. Após a carta dos Peixes, que transmite a concretização e abundância, eis que agora essas características entram no ponto de monotomia, rotinas, estabilidades que ou nos cansa, ou nos faz estabilizar e manter a firmeza como ponto primordial.
Como falei ali em cima, a Âncora transmite essa imagem de estabilidade, coisas que estão no seu lugar, quietude, marasmo, monotomia. Há leituras onde positivamente ela nos fala de estabilidade necessária para importantes decisões, mas há leituras, dependendo do contexto, que sua presença marca a rotina que sinaliza o comodismo, a inércia e procrastinação. Dependendo do deck, teremos a visão de qual característica mais se encaixa - alguns trazem a âncora enferrujada, levantando mais esse aspecto do que está encostado, parado e esquecido, enquanto outros decks trazem a imagem de uma âncora que apenas firma "pouso".
A âncora é carta que, como eu disse lá em cima, dá continuidade ao que os Peixes trouxeram: tranquilidade de quem alcançou conquistas importantes e agora encontra paz nos momentos onde não há muita necessidade de movimentos bruscos, intensidades etc. Agora, na carta de número 35, vamos perceber que essa abertura tão positiva e agradável dos Peixes nos leva ao ponto de estabilidade, ou a completa inércia.
Com a Âncora, o NOVE DE ESPADAS se apresenta como arcano regente. E o que isso quer dizer? Quando estamos em estado de inércia, ou nada acontece ou aparece para complementar e nos mover para que tenhamos atitude ou saiamos do lugar, há uma abertura para pensamentos intrusos. É quando refletimos muito determinados momentos, pensamos e analisamos demais até que de repente começamos a remoer o que estava quieto. Voltamos à situações que estavam teoricamente resolvidas, mas por não haver fluidez nos nossos movimentos e ideias, nos encontramos "sós", preocupando nossas mentes. A inércia nos convida a pensamentos que querem ocupar nossa mente. É quase um convite não muito agradável a se mover, só que normalmente não nos movemos, apenas ficamos remoendo e criando monstros que não existem.
OBSERVANDO E ACONSELHANDO COM A ÂNCORA...
A estabilidade da âncora é um convite não para permanecer por muito tempo em "porto seguro" mas para recuperarmos energia suficiente para mais "viagens". O convite aqui é não deixar que ela seja material de decoração de fundo de mar, mas que permaneça até que saiamos de novo em busca de outros mares, outras marés. Se ela permence por muito tempo parada, enferruja, estraga e perde a sua função. Lembre-se, é momento de restabelecer uma estabilidade, reunir as forças para partirmos para mais viagens.
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